GT05: As intersecções possíveis para uma educação plural e inclusiva

Autores

  • Coordenadores/as: Renata Waleska de Sousa Pimenta (IFSC); Luiz Herculano de Sousa Guilherme (IFSC); Renata Orlandi (UFSC)

Resumo

O espaço educacional é um território demarcado por disputas de poder e refletem, inevitavelmente, os padrões estruturantes da nossa sociedade. Padrões esses que naturalizam concepções preconceituosas, discriminatórias e excludentes. Apesar do assunto educação em direitos humanos ser amplamente discutido e ter avanços no que se refere a criação de leis, a manutenção de um modelo pedagógico excludente ainda traz desafios ao cotidiano educacional. A escola e a academia ainda são espaços que moldam a conduta dos sujeitos a partir de um padrão disciplinar único, negando-lhes o direito e a oportunidade de manifestação do ser singular. O presente Grupo de Trabalho se propõem a discutir trabalhos acadêmicos que tenham como foco análises e/ou relatos de experiência sobre a relação entre educação, multiculturalidade e interseccionalidade. Entende-se a educação enquanto área científica que rompe com as visões limitadas de análise e caracteriza-se pela compreensão dos marcadores sociais que conectam as variadas realidades de cada sujeito e grupos sociais. Assim, o foco deste grupo são os processos educacionais que valorizem as singularidades dos sujeitos envolvidos e que compreendam como as articulações das diversas categorias sociais se inter-relacionam e se estruturam, produzindo desigualdades. O marco teórico para compreensão desses atravessamentos que constituem os sujeitos é a interseccionalidade e a multiculturalidade. O primeiro, proposto por Gabriele Winker e Nina Degele, expõem o risco da homogeneização quando se trata de análise de fenômenos sociais e propõem, através do conceito, a possibilidade de compreensão da articulação entre normas, valores, ideologia e discursos e a forma como estas categorias influenciam e são influenciadas pelas estruturas sociais e as formações identitárias. O reconhecimento da existência de múltiplas realidades é a base do multiculturalismo e complementa a abordagem interseccional, possibilitando uma visão que leva em consideração os atravessamentos que marcam os sujeitos e definem sua posição/condição social. As pesquisas sobre educação e sua interlocução com aspectos étnico- raciais, classe social, gêneros e corpos desmascaram a complexidade da realidade destes grupos sociais a partir da coexistência de diferentes fatores como discriminação, racismo, violências que os subordinam, reforçam as desigualdades e legitimam a escola excludente.

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Publicado

2021-12-22