GT42: Experiências e expectativas entrelaçadas: Arquivos Pessoais de Professores/as no Tempo Presente

Autores

  • Coordenadores/as: Dóris Bittencourt Almeida (UFRGS); Maria Teresa Santos Cunha (UDESC)

Resumo

O Grupo Temático reúne estudosacerca de arquivos pessoais de professores/as, cujas materialidades potencializam a pesquisa em História da Educação. Nesses estudos, compartilham-se reflexões referentes à construção desses arquivos, considerando cada um deles, em que pesem suas especificidades, testemunhos de práticas culturais, que comportam diferentes dimensões temporais, como representações de experiências vividas e expectativas futuras, em suas interfaces com as questões que envolvem a profissão do magistério. As pesquisas aqui apresentadas identificam-se com os pressupostos epistemológicos da História Cultural e da História do Tempo Presente, tendo como referências as concepções de preservação de memóriasentrelaçadas em múltiplas temporalidades, com vistas apromover a ampliação do repertório historiográfico da educação.Esses arquivos pessoais guardam documentos em variados suportes, comportam traços sobre a história de cada sujeito e, ao mesmo tempo, das redes em que se inscrevem, ou seja, permitem identificar outros atores sociais e as inter-relações estabelecidas com eles. Sua importância se configura como um modo privilegiado de acesso a vestígios e traços de sensibilidades, de encenação de atos rituais, de reconhecimento de diferentes práticas de sociabilidades geracionais dadas a ver através de produções discursivasem determinados tempose lugares.Como espaço de investigação histórica, esses arquivos permitem aproximações aos sujeitos guardadores, pois conservam fragmentos de memórias, constituem-se em manifestações de trajetórias de vidas, conservam marcas de identidades de seus produtores, e, por isso, permitem que se conheçadiferentes aspectos de suas biografias. Como relíquias, esses artefatos podem ser considerados mudos mas, por meio das problematizações postas pela pesquisa, podem adquirir uma vivacidade para quem os lê e os utiliza, enfim, formarpontes entre nosso mundo e outros, infinitamente ricos. Por meio das práticas de arquivamento de si, perenizam-se memórias autorreferenciais, que põem em evidência a histórias desujeitos, tomado em perspectiva singular, mas sem excluir as dimensões da memória coletiva. Guardar e arquivar se ligam aos atos de representar a memória, uma das formas de se transmitir o passado, que despertam leituras diversas por outros olhares, para múltiplas relações entre memórias, redes de sociabilidade, singularidades e subjetividades. Por fim, reforça-se a relevância desses arquivos pessoais produzidos no âmbito privado que, se recolhidos, organizados, examinadose socializados podem constituir-se como fontes para a pesquisa no campo do Patrimônio Histórico-Educativo, da História da Educação e da História no Tempo Presente.

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Publicado

2021-12-22