GT64: Patrimônio cultural e ambiental: Educação para uma democracia participativa
Resumo
Desde a antiguidade clássica, as relações entre cultura e natureza, vêm sendo confrontadas por uma série de diferenciações que buscam celebrar as singularidades do domínio humano frente aos desígnios da natureza; porém a sociedade contemporânea tem exigido uma reflexão cada vez menos linear sobre essa relação e isso se produz na inter-relação dos saberes e das práticas coletivas que criam identidades e valores comuns e ações solidárias diante da reaproximação da natureza, numa perspectiva que evidencia o diálogo entre os diversos saberes. A educação patrimonial e ambiental pode contribuir para intensificar a consciência do valor cultural e simbólico, na reapropriação do espaço e na democracia participativa. Considera-se que uma educação para a democracia participativa deve iniciar pela percepção direta de que o patrimônio não se reduz aos bens culturais, pois o conceito de patrimônio cultural é amplo e não se circunscreve aos bens materiais ou às produções humanas, ele engloba o meio ambiente e a natureza. Entende-se, também, que o patrimônio cultural deve ser abordado através da perspectiva de três vetores básicos: o do conhecimento, o dos bens culturais e o do meio ambiente. Sob esse prisma, compreende-se o “patrimônio do conhecimento” como os “costumes”, as “crenças” e o “saber fazer” capaz de viabilizar a sobrevivência do homem no meio ambiente onde vive, e o “patrimônio dos bens culturais” como conjunto de artefatos e tudo o mais que derivava do uso do patrimônio ambiental. Este último contempla os elementos inerentes à natureza, como o próprio meio e os recursos naturais. O Grupo de trabalho “Patrimônio cultural e ambiental: Educação para uma democracia participativa” se propõe a discutir temas relacionados à reapropriação do espaço e expressões das relações de poder. Iniciativas que promovem o trabalho coletivo de diferentes agentes em prol de objetivos comuns precisam estruturar seus processos de participação e tomada de decisão. Esta perspectiva implica em considerar um leque amplo de problemáticas como urbanização, capacidade de resiliência dos espaços urbanos e rurais, vulnerabilidade social, relação população e reapropriação do espaço. A democracia participativa se torna legítima com a participação equitativa de toda a sociedade, devidamente empoderada, assumindo o protagonismo do desenvolvimento sustentável pela integração dos seus diversos pilares. As possibilidades para debater a democracia participativa e o empoderamento como parte da gestão do território, reapropriação do espaço e expressão das relações de poder são diversas e plurais. Assim, o GT “Patrimônio cultural e ambiental: Educação para uma democracia participativa” convida os interessados a explorar os caminhos que reforcem a discussão e a colaboração entre aqueles envolvidos nessa temática.Downloads
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