GT68: Pensamento Crítico e Educação: desafios atuais nas sociedades Ibero-Americanas

Autores

  • Coordenadores/as: Yalin Brizola Yared (UNISUL); Mônica Wendhausen (Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis)

Resumo

A partir dos anos 80 do século XX, o pensamento crítico (PC) se tornou um movimento no campo da Educação, reconhecido por pesquisadores, agências e documentos orientadores, revelando-se um tema crescente em diferentes áreas do conhecimento, refletindo as transformações complexas da sociedade contemporânea, principalmente nos campos científicos e tecnológicos. Neste contexto, o GT objetiva refletir sobre a interface entre o PC e a Educação, tendo como quadro teórico a promoção do PC nos segmentos da Educação Básica, Educação Superior e/ou na Formação de Professores – consubstanciando discussões teóricas, resultados de pesquisas ou relatos de experiência. Partimos do pressuposto que o PC não é inato aos humanos, mas apreendido, precisando ser desenvolvido desde a infância até a vida adulta. Para isso, é necessário que seja desenvolvida as capacidades de PC dos docentes, pois não poderão promover em seus estudantes algo que eles próprios não usam explicitamente. Torna-se, então, necessário vivenciarmos processos educativos contextualizados e formativos investigativos, desafiantes e questionadores, que promovam o protagonismo, a curiosidade, a criatividade e que desencadeie a elaboração de soluções e intensifique a emancipação e o diálogo crítico com o mundo real. Compreendemos que a emancipação perpassa a apreensão da realidade, mas somente ultrapassa a esfera espontânea para a esfera crítica pela conscientização. Logo, este movimento se materializa na práxis efetiva, no ato ação-reflexão-ação. Os avanços da Ciência e da Tecnologia são incontestáveis nas sociedades atuais, impactando no cotidiano e no planeta. Há urgência de fortalecimento de um caminho sustentável, que promova a paz e a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Isso demanda, necessariamente, a adoção de atitudes ousadas e transformadoras – incluídas aí, práticas didático-pedagógicas de professores/as. Com vistas ao desenvolvimento efetivo de uma educação de qualidade (ODS 04, Agenda 2030/ONU), almeja-se que as práticas pedagógicas contribuam para a formação de sujeitos críticos-reflexivos e capazes de “compreender os conceitos científicos para compreender as dinâmicas do mundo produtivo e pessoal, e orientar sua atitude em relação a ele”, (Santa Catarina, 2014, p. 167). Para compreender o papel da Ciência, seu impacto no mundo, acompanhar e participar de debates faz-se necessário que os sujeitos sejam “educados para serem consumidores críticos de conhecimento científico”, (Tenreiro-Vieira e Vieira, 2014, p. 07). Portanto, é importante potencializar a aprendizagem ao longo da vida pautada num educação crítica e emancipatória, que considere “a autonomia e a liberdade como pressupostos para essa cidadania ativa e crítica, que possibilite o desenvolvimento humano pleno e a apropriação crítica do conhecimento e da cultura” (Santa Catarina, 2014, p. 26). Enfim, o desenvolvimento de capacidades de pensamento – como o científico, crítico e o criativo –, a reflexão sobre valores culturais e sociais, normas e atitudes, além de contribuir para a formação de sujeitos capazes de tomada de decisão e de resolução de problemas.

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Publicado

2021-12-22