FOTOGRAFIA COLONIAL: MATERIALIDADES E IMATERIALIDADES IDENTITÁRIAS NO CONTEXTO PORTUGUÊS
DOI:
https://doi.org/10.18616/ce.v7i2.4608Resumo
O presente artigo reflete sobre o lugar da fotografia colonial no contexto patrimonial nacional português. Indagando sobre o modo como se processam os fenómenos de musealização, catalogação e atribuição de valor patrimonial a certos bens/objetos, explana-se sobre o que é legislado e institucionalizado por organismos do poder político, bem como sobre a sua influência na construção das narrativas identitárias e na patrimonialização dos legados coloniais. Com base nas resoluções legislativas, procura-se, assim, averiguar o que tem sido celebrado e salvaguardado em detrimento daquilo que tem sido apagado. Neste âmbito, dá-se particular atenção à fotografia, com o intuito de tentar perceber que futuro e que lugar poderão ter as imagens produzidas em contexto colonial nos museus nacionais.
Referências
ALMEIDA, J. C. A Memória e Identidade Nacional: As Comemorações Públicas, As Grandes Exposições e o Processo de (re)construção da Nação. VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, CES - Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, 2004. Disponível em: http://www.ces.uc.pt/lab2004/pdfs/JoseCarlosAlmeida.pdf, Acesso em: 07 Agosto 2015.
ALMEIDA, M. V. de Um mar da cor da terra: raça, cultura e política da identidade. Oeiras: Celta, 2002.
ALMEIDA, S. V. de; ALVES, V. M. Uma proposta antropológica para o futuro do Museu de Arte Popular. Etnográfica, 2009, vol. 13, no.2, p. 467-472.
CABECINHAS, R.; NHAGA, N. Memórias e diálogos pós -coloniais: Guiné -Bissau e Portugal. In: CABECINHAS, R.; CUNHA, L. (eds) Comunicação intercultural: Perspectivas, dilemas e desafios. Porto: Campo das Letras Editores, 2008.
CAHEN, M. Portugal is in the Sky: Conceptual considerations on communities, lusitanity and lusophony. Nova Iorque: Palgrave Macmillan, 2013.
CARMONA, Ó. Palavras do Chefe de Estado na Câmara Municipal de Lisboa a 2 de Junho de 1940. Revista dos Centenários, 30 Junho 1940, nº 18, Ano II, p. 7-10.
CHOAY F. A Alegoria do Património. Lisboa: Edições 70, 1992.
COSTA, P. F. da. Museu de Arte Popular: oportunidades perdidas, novas oportunidades. Etnográfica, 2009, vol.13, no.2, p. 477-480.
CUNHA, F. I. Identidade e Reconhecimento nos Media. Matrizes, 2007, vol.1, no.1, p. 187-208.
Diário da República, Decreto-Lei n.º 139/2009, Disponível em:
http://www.unesco.org/culture/natlaws/media/pdf/portugal/portugal_lei139_2009_pororof.pdf Acesso em: 10 Agosto 2015.
GONÇALVES, A. O ceptro e a máscara. Discursos de identidade, reificação e poder, In: GONÇALVES, A. (org). Vertigens: Para uma sociologia da perversidade. Coimbra: Grácio Editor/ CECS Universidade do Minho, 2009.
HENNING, M. The subject as object: photography and the human body. In: WELLS, L. (ed)
Photography: A Critical Introduction. London e New York: Routledge, 2001.
HENRIQUES, I. C. Os africanos na sociedade portuguesa: Formas de integração e construção de imaginários (séculos XV-XX), Inventário de Problemáticas. In: RODRIGUES, D.; RODRIGUES, C. (eds) Representações de África e dos Africanos na História e Cultura: Séculos XV a XXI. Ponta Delgada: CHAM – Universidade de Lisboa/ Universidade dos Açores, 2001.
HUYSSEN, A. Seduzidos pela Memória: Arquitectura, Monumentos, Mídia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000.
KOHLER, M. The Body Exposed: Views of the body, 150 years of the nude in photography. Zurich: Editions Stemmale, 1986.
KOSSOY, B. Fotografia e História. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
LEAL, J. Da arte popular às culturas populares híbridas. Etnográfica, 2009, vol. 13, no. 2, p. 467-480.
LOURENÇO, E. A Morte de Colombo: Metamorfose e fim do Ocidente como mito. Lisboa: Gradiva, 2005.
LOWENTHAL, D. Identity, Heritage and History. Princeton: Princeton University Press, 1994.
MAGALHÃES, F. Museus, Património e Identidade: Ritualidade, Educação, Conservação, Pesquisa, Exposição. Leiria: Profedições, 2005.
MARTINS, L. P. Imaginar o império através da revista ilustrada O Ocidente (1878 - 1915). In: VICENTE, F. L. (org) O Império da Visão: Fotografia no Contexto Colonial Português (1860-1960). Lisboa: Edições 70, 2014.
NORA, P. Les Lieux de Mémoire. Paris: Gallimard, 1989.
ORTIZ, R. Cultura Brasileira & Identidade Nacional. São Paulo: Editora Brasiliense, 2006.
PACHECO, H. Rostos da Gente. Lisboa: Caminho, 1987.
PERALTA, E. Património e Identidade: Os Desafios do Turismo Cultural. Antropológicas, 2000, no. 4. Disponível em:
http://revistas.rcaap.pt/antropologicas/article/viewFile/932/734 Acesso em: 10 Agosto 2015.
PERALTA, E. O Mar por Tradição: o património e a construção das imagens do turismo. Horizontes Antropológicos, 2003, no. 20, p. 83-96.
PERALTA, E.; ANICO, M. (org.) Patrimónios e Identidades: Ficções Contemporâneas. Oeiras: Celta Editora, 2006.
PERALTA, E.; ANICO, M. Heritage and Identity: Engagement and Demission in the Contemporary World. Londres e Nova Iorque: Routledge, 2009.
PGDL (Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa), Lei n.º 107/2001, de 08 de Setembro: Lei de Bases do Património Cultural. Disponível em: http://www.pgdlisboa.pt
Acesso em: 10 Agosto 2015.
PRATS, L. Antropología y Patrimonio. Barcelona: Ariel, 1997.
ROCHA, L. O. da; MATOS, P. F. de. Ver para crer? Desafios educacionais sobre o poder da fotografia, Revista Práxis Educacional, 2018, vol. 14, no. 29, p. 177-197.
ROCHA, L. O. da; MATOS, P. F. de. Fotografias de Angola do século XIX: o ‘Álbum Fotográfico-Literário’ de Cunha Moraes. Tempos e Espaços em Educação, Universidade Federal de Sergipe (no prelo).
RYAN, R. J. Introdução: Fotografia Colonial. In: VICENTE, F. L. (org) O Império da Visão: Fotografia no Contexto Colonial Português (1860-1960). Lisboa: Edições 70, 2014, p. 31-42.
SENA, A. História da Imagem Fotográfica em Portugal, 1839-1997. Porto: Porto Editora, 1998.
URRY, J. How societies remember the past. In: MACDONALD, S.; FYFE, G. (eds) Theorizing Museums: Representing Identity and Diversity in a Changing World. Oxford: Blackwell Publishers, 1996.
VICENTE, F. L. (org) O Império da Visão: Fotografia no Contexto Colonial Português (1860-1960). Lisboa: Edições 70, 2014.
VIEIRA, R. Prefácio. In: MAGALHÃES, F. Museus, Património e Identidade: Ritualidade, Educação, Conservação, Pesquisa, Exposição. Leiria: Profedições, 2005.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Na qualidade de titular dos direitos autorais relativos à obra acima descrita, o autor, com fundamento no artigo 29 da Lei n. 9.610/1998, autoriza a UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense, a disponibilizar gratuitamente sua obra, sem ressarcimento de direitos autorais, para fins de leitura, impressão e/ou download pela internet, a título de divulgação da produção científica gerada pela UNESC, nas seguintes modalidades: a) disponibilização impressa no acervo da Biblioteca Prof. Eurico Back; b) disponibilização em meio eletrônico, em banco de dados na rede mundial de computadores, em formato especificado (PDF); c) Disponibilização pelo Programa de Comutação Bibliográfica – Comut, do IBICT (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia), órgão do Ministério de Ciência e Tecnologia.
O AUTOR declara que a obra, com exceção das citações diretas e indiretas claramente indicadas e referenciadas, é de sua exclusiva autoria, portanto, não consiste em plágio. Declara-se consciente de que a utilização de material de terceiros incluindo uso de paráfrase sem a devida indicação das fontes será considerado plágio, implicando nas sanções cabíveis à espécie, ficando desde logo a FUCRI/UNESC isenta de qualquer responsabilidade.
O AUTOR assume ampla e total responsabilidade civil, penal, administrativa, judicial ou extrajudicial quanto ao conteúdo, citações, referências e outros elementos que fazem parte da obra.
DECLARAÇÃO DE ÉTICA E BOAS PRÁTICAS NA PESQUISA CIENTIFICA
A Revista CRIAR EDUCAÇÃO – PPGE/UNESC , ISSN eletrônico 2315-2452, dedica-se a cumprir as boas práticas de publicação científica no que diz respeito à conduta ética condizente com a editoração cientifica de periódicos. A prevenção da negligência também é uma responsabilidade crucial do editor e da equipe editorial da Revista Criar Educação: qualquer forma de comportamento antiético, no trato e respeito aos direitos das pessoas, bem como repudia o plágio em qualquer instância,. Adotamos como orientação consultiva as Resoluções do Código de Ética vigente que regem as boas práticas em pesquisa cientifica (Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde e Resolução 510/2016 (Pesquisas em Ciências Humanas e Sociais).