FOTOGRAFIAS E AS RELAÇÕES ESTÉTICAS TECIDAS NO COTIDIANO DOS VIGILANTES DA UNESC: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO

Autores

  • Beatriz Dieke Moreira
  • Daiani Barboza

Resumo

O presente trabalho trata-se de um relato de experiência do Estágio Supervisionado em Psicologia Social do Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, realizado no período de fevereiro a julho de 2019 na Secretaria de Diversidades e Políticas de Ações Afirmativas - UNESC. A Secretaria surgiu com o objetivo de promover o reconhecimento da diversidade e articular a criação de políticas afirmativas para a construção de uma cultura de paz. Tal perspectiva se mostra relevante quando consideramos a multiplicidade de pessoas que transitam pelo campus diariamente e a importância de se trabalhar a cultura de paz e os Direitos Humanos. A intervenção psicossocial empreendida ao longo do estágio pautou-se nos aportes teóricos e metodológicos da Psicologia Histórico-Cultural e teve como objetivo geral contribuir para potencializar os Direitos Humanos, o respeito às diversidades e à cultura de paz na UNESC. No tocante aos procedimentos metodológicos adotados inicialmente houve o levantamento das necessidades do local do estágio mediante observação participante das oficinas realizadas pela Secretaria de Diversidades, bem como reuniões e conversas informais. Desse modo, percebemos a necessidade de promover momentos de escuta aos colaboradores da Universidade, possibilitando-lhes um espaço para compartilharem suas trajetórias de vidas e suas relações estéticas com o espaço institucional. Para tanto, as atividades foram realizadas com os vigilantes - e a proposta foi que eles fotografassem as relações estéticas que constituem em seu cotidiano. Cumpre dizer que, a fotografia é uma rica ferramenta para se trabalhar porque possibilita a produção de sentidos, além de ser atemporal e de fácil acesso na atualidade (BARBOZA, 2016). A constituição do sujeito e as relações estéticas estão interligadas e podem ser entendidas a partir da produção de sentidos desses, visto que o modo com que os contextos socioculturais são apropriados pelo sujeito vão influenciar o seu modo de ser, pensar, agir e sentir em suas vivências cotidianas (GOMES; SILVA, 2013; ROSSETTO; BRABO, 2009). Durante o período de estágio, os vigilantes participantes demonstraram interesse em serem ouvidos e dialogaram principalmente sobre “o sentido de ser vigilante na Universidade”, além de outras temáticas, como, por exemplo, aspectos familiares, relações com a natureza, sonhos e projetos futuros, importância do trabalho de vigilância, entre outros. No que se refere ao sentido de ser vigilante, os participantes relataram a satisfação de trabalhar na UNESC, tanto por motivos de crescimento profissional e pessoal, como por conta das relações que são estabelecidas com colegas do mesmo setor, alunos e demais colaboradores em diferentes lugares que transitam no campus. Além disso, foi possível perceber as relações afetivas que estabelecem ao ocuparem o seu lugar social de vigilantes, tanto pela conduta adotada no período de trabalho, pelo cuidado e preocupação com o ambiente, quanto pelo sentimento de reconhecimento e representatividade, entre outros aspectos. Por fim, conclui-se que os objetivos foram alcançados, visto que os participantes relataram terem gostado das atividades realizadas ao longo do estágio, bem como discorreram sobre novos aprendizados que puderam agregar à sua atuação profissional, cujos fazeres têm sido comprometidos com a construção da cultura de paz e o respeito às diversidades.

Palavras-chave: Fotografia, Relações Estéticas, Cultura de Paz.

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Publicado

2019-11-05