A ECONOMIA CATARINENSE EM TEMPOS DE DESENVOLVIMENTISMO CONSERVADOR (2010-2018)

Autores

  • Flavia Xavier Guedes CEDUP/CNPq-UNESC
  • Liara Darabas Ronçani CEDUP/UFRGS
  • Alcides Gularti Filho PPGDS/UNESC

Resumo

A partir de 2011 houve uma retomada do planejamento econômico em Santa Catarina com a implantação do plano de governo Pacto por Santa Catarina, que representou uma aproximação ao PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), apesar do caráter conservador do governo estadual. Segundo GULARTI FILHO (2016, p. 21), essa aproximação se deu “por cima e via orçamento e crédito”, retomando o desenvolvimentismo no Estado. Conforme Biz (2019), o plano de governo Pacto por Santa Catarina é um plano classificado como desenvolvimentista conservador. Diante desse movimento na economia e na política catarinense, nosso problema de pesquisa reside na seguinte pergunta: frente ao panorama de desenvolvimentismo conservador, como se deu o desempenho da economia e das indústrias catarinenses em relação a esfera nacional? Nesse sentido, a pesquisa justifica-se pela relevância do tema, uma vez que é preciso compreender os efeitos desse movimento no desempenho da economia catarinense. O objetivo geral da pesquisa é analisar o desempenho da economia catarinense entre 2010 e 2018, comparando-o com a esfera nacional. Esta é uma pesquisa bibliográfica documental. As fontes de pesquisa utilizadas foram as bases de dados SIDRA/IBGE (produção industrial), COMEX STAT (exportações e importações), RAIS (emprego) e consulta ao BADESC (crédito). A partir da análise dos dados, observou-se que o desempenho da indústria de transformação catarinense foi negativo no período, com uma média de crescimento de -0,5%, e que a queda no setor foi ainda maior a nível nacional (-0,67%). O setor que mais cresceu em termos de produção industrial em Santa Catarina foi o de metalurgia (6,98%), enquanto a média nacional foi 0,02%. Outros setores da indústria catarinense tiveram desempenho superior à média nacional: produtos alimentícios, têxteis, e minerais não metálicos. O setor catarinense que teve o pior desempenho foi o de veículos automotores, com uma queda de 6,59%, enquanto a média nacional foi de -0,32%, queda menos expressiva. Quanto aos vínculos de emprego é possível perceber que a média nacional de crescimento apresentou queda em quase todos os setores, com ressalva apenas de Alimentos e Bebidas e da Indústria Mecânica. Já a média catarinense apresentou desempenho positivo em todos os setores, exceto Têxtil (-0,06%). Analisando-se as exportações observou-se que houve oscilação entre períodos de crescimento e queda, mas o desempenho estadual foi superior à média nacional, apresentando quedas menos expressivas. O desempenho das importações é semelhante, apresentando quedas mais acentuadas na esfera nacional. Com relação aos desembolsos de crédito do BADESC, os setores que mais receberam recursos foram Alimentos e Bebidas, Plástico e Têxtil e Vestuário. Conclui-se que o desempenho da indústria catarinense foi superior à média nacional. Uma das causas apontadas é a implantação do Pacto por Santa Catarina.

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