A SOCIEDADE DE ASSISTÊNCIA AOS TRABALHADORES DO CARVÃO E O AMPARO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA POBRE NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
Resumo
Esta pesquisa busca compreender como a Sociedade de Assistência aos Trabalhadores do Carvão (SATC) utilizou-se de políticas assistenciais e de saúde para normatizar e moralizar a vida das famílias dos trabalhadores das minas da Região Carbonífera Catarinense, adequando-as às necessidades da indústria carbonífera. A SATC ocupou lugar de destaque no serviço de assistência social e médica no extremo sul catarinense desde sua fundação em 1959, uma vez que a região carecia de um eficiente complexo assistencial público com capacidade de garantir a reprodução social e disciplinarização da mão de obra operária. Neste contexto cabe destacar que a mulher e a infância eram os principais alvos de atuação da instituição, pois a primeira era entendida como a principal responsável pela reprodução, enquanto a segunda era vista como o futuro da nação, que precisava ser gerida desde a mais tenra idade com a finalidade de chegar à fase adulta como um trabalhador ordeiro e disciplinado. Nesta pesquisa buscamos compreender os efeitos socioculturais das ações assistenciais implementadas pela SATC e direcionadas às famílias das Vilas Operárias da cidade de Criciúma. Nossos principais objetivos são a identificação do processo de formação da instituição e sua atuação no desenvolvimento de políticas de assistência social voltadas à maternidade e infância pobres da região carbonífera; bem como a análise dos efeitos destas políticas na construção de modelos normativos de família, maternidade e infância. Mais especificamente, nossa investigação busca compreender em que medida estas políticas de assistência social atuaram como vetores na imposição de normas e padrões de gênero para mulheres das camadas populares. Para compreender o papel da SATC na gestão da vida da população operária, utilizamos as categorias governamentalidade, disciplina e biopolítica, abordadas por Michel Foucault (2010). Também nos ancoramos no gênero como categoria analítica, segundo a proposta de Joan Scott (1995). O trabalho investigativo desta pesquisa vale-se de revisão bibliográfica, análise de estatutos e relatórios apresentados pela diretoria executiva e agentes de saúde vinculados à SATC no período de 1959 à 1984.Downloads
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