PROJETO ESPERANÇA GARCIA DE ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER ENCARCERADA: PRÁTICAS MULTIDISCIPLINARES ENTRE AGENTES NA CONSTRUÇÃO COLETIVA DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Resumo
A população de reclusas no Brasil em 2019 contava com 37 mil mulheres, colocando o País como a maior população de encarceradas na América Latina (DEPEN 2020). Ainda que representem uma minoria quantitativa, o encarceramento feminino tem crescido desproporcionalmente em relação às taxas totais de institucionalização (DEPEN, 2020). Vários fatores são responsáveis por esse fenômeno: desde a popularização da política da guerra às drogas, que enrijeceu a pena para crimes de tráfico, até a dificuldade das mulheres de baixa escolaridade, especialmente as racializadas, de conquistarem uma renda justa, mesmo com as jornadas triplas de trabalho (GERMANO; MONTEIRO; LIBERATO, 2018; CHENICHARO, 2014; GIACOMELLO, 2013; ARGENTINA, 2011). A população feminina reclusa é um grupo em situação de vulnerabilidade social, tendo maiores chances de desenvolverem infecções sexualmente transmissíveis, cânceres e doenças crônicas, sofrerem violência e terem acesso limitado ao planejamento familiar (PICKETT et al., 2018; CASTRO MADARIAGA et al., 2017; KNITTEL et al., 2017; WISE et al., 2017). Tornase necessário, assim, projetar novos caminhos de acesso à saúde por meio da educação permanente, consultas médicas e de enfermagem e atenção psicossocial (MCCONNON et al., 2019; PICKETT et al., 2018). Nesta perspectiva, as acadêmicas do cursos de Medicina, Enfermagem e Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, em parceria com a Residência Multiprofissional em Saúde, a Residência em Medicina da Família e da Comunidade, o Programa de Pós-Graduação em Educação e o Laboratório de Fitoterapia, construíram um projeto de atenção médicosocial e educacional às reclusas, objetivando promover a saúde no âmbito do sistema prisional de Criciúma. Entre as atividades levantadas estão o ambulatório de Medicina, o de Enfermagem, com foco na saúde da mulher, e o de Psicologia. Também serão promovidas rodas de conversa e oficinas de arte e educação em saúde, além da interação das reclusas e voluntárias com a horta da instituição penal, de modo que serão utilizadas as plantas medicinais para a redução de agravos dentro das perspectivas das Práticas Integrativas do SUS. Pretende-se, em 24 meses de projeto, construir indicativos de melhora na saúde física e psicossocial do público-alvo. Obedecendo-se aos parâmetros recomendados pelo Ministério da Saúde, serão utilizadas a média anual de consultas médicas básicas por habitante e as taxas de mortalidade por câncer de colo do útero e de mama. Também é um objetivo a redução do uso de medicamentos psiquiátricos e das tentativas de suicídio, melhorando a qualidade de vida das usuárias de drogas. Segundo Freire (1983, p. 34), “a percepção parcializada da realidade rouba ao homem a possibilidade de uma ação autêntica sobre ela”. Nesse sentido, o projeto propõe envolver diversos perfis de agentes, priorizando uma atmosfera multidisciplinar colaborativa que busque o crescimento mútuo dos envolvidos.Downloads
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