A Comunidade tradicional dos Areais da Ribanceira, Imbituba, Santa Catarina: sociobiodiversidade, resistência e dimensões da soberania e segurança alimentar e nutricional

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Resumo

No município de Imbituba, em Santa Catarina, local de Mata Atlântica permeado pelo ecossistema associado de Restinga, a Comunidade Tradicional de Agricultores e Pescadores Artesanais dos Areais da Ribanceira, vive neste território com um modo de vida relacionado à biodiversidade local e ao uso comunal das terras e do mar. Entre os produtos da sociobiodiversidade que fazem parte do sistema agrícola e pesqueiro desta comunidade estão, o butiá, o pescado e a mandioca, com a qual é produzida a farinha. Este artigo buscou compreender as inter- relações entre território, sociobiodiversidade e dimensões da soberania e segurança alimentar e nutricional (SSAN) nesta comunidade. A ênfase se deu nas dimensões cultural e nutricional. Alguns elementos foram apontados como indicadores que, ao estarem presentes (ou protegidos) na comunidade, falam sobre a realização da SSAN. Na dimensão cultural evidenciou-se: a) o sentimento de pertencimento ao território, b) a forma de organização social com caráter tradicional e, c) a manutenção do patrimônio cultural. Enquanto na dimensão nutricional: a) dieta sustentável e b) o Bem Viver. A comunidade demonstra encontrar em seu patrimônio cultural, um instrumento de luta pelo território. Assim, a salvaguarda de seu sistema agrícola pesqueiro tradicional é uma das estratégias em andamento. Os alimentos oriundos deste sistema, proporcionam segurança para as famílias nos aspectos alimentar, nutricional, econômico e, de maneira bastante importante, na defesa do território. As ameaças ao território trazem impactos à subsistência e reprodução social, evidenciando que sua manutenção e a conservação da biodiversidade são fundamentais para a SSAN desta comunidade.

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Biografia do Autor

Mariana Oliveira Ramos, Professora no Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural, Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC.

Doutora em Desenvolvimento Rural, Professora no Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural, Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC.

Gabriela Coelho-de-Souza, gabrielacoelho.ufrgs@gmail.com

Possui graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1993), mestrado em Etnobotânica (1997) e doutorado em Ciências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2003). Professora associada ao Depto de Economia e Relações Internacionais, Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural. Coordenadora do Círculo de Referência em Agroecologia, Sociobiodiversidade, Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional/UFRGS. Coordenou o PGDR entre os anos de 2016 a 2020. Coordenadora do NesSsAN - Núcleo de Estudos em Sociobiodiversidade, Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, Pesquisadora do DESMA - Núcleo de Estudos em Desenvolvimento Rural Sustentável e Mata Atlântica. Diretora do CISADE - Centro Interdisciplinar Sociedade, Ambiente e Desenvolvimento. Presidente da Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia. Membro do Grupo de Assessoramento Técnico do Plano Nacional de Ação Estratégica para Espécies Ameaçadas - PAN Lagoas do Sul. Atualmente desenvolve ações de ensino, pesquisa e extensão junto ao MMA e MDA, tendo colaborado também com MDS e MCTIC. Participa das redes de governança Rota dos Butiazais, Cadeia Solidária das Frutas Nativas, PAT Planalto Sul. Tem experiência na área de Ciências Ambientais, atuando principalmente nos seguintes temas interdisciplinares: segurança alimentar e nutricional, etnoecologia, sistemas sociecológicos, sociobiodiversidade, agroecologia, soberania alimentar, etnobotânica, etnoconservação, desenvolvimento territorial, povos e comunidades tradicionais, indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

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Publicado

24-06-2025

Como Citar

Perucchi, L. C., Oliveira Ramos, M., & Coelho-de-Souza, G. (2025). A Comunidade tradicional dos Areais da Ribanceira, Imbituba, Santa Catarina: sociobiodiversidade, resistência e dimensões da soberania e segurança alimentar e nutricional. Tecnologia E Ambiente, 29. Recuperado de https://periodicos.unesc.net/ojs/index.php/tecnoambiente/article/view/9711

Edição

Seção

Artigos Livres