ESCOLA E RELAÇÕES RACIAIS
DESAFIOS E ESTRATÉGIAS PARA A PROMOÇÃO DA IGUALDADE
Resumo
As relações raciais no ambiente escolar são uma dimensão crucial para entender e combater o racismo e a discriminação na sociedade. A escola, sendo um dos primeiros espaços de socialização, desempenha um papel fundamental na formação das atitudes e percepções dos alunos sobre raça e diversidade. Nesse sentido, o tema da presente pesquisa refere-se à escola e as relações raciais, sendo delimitado nas estratégias e desafios escolares para a promoção da igualdade racial na sociedade. O problema que orienta esta análise questiona: Como as relações raciais são construídas e manifestadas no ambiente escolar, e quais são as estratégias eficazes para promover a igualdade racial e combater o racismo nas escolas? O objetivo geral dessa abordagem é investigar as dinâmicas das relações raciais no ambiente escolar e identificar estratégias eficazes para promover a igualdade racial e combater o racismo nas escolas. Para a resolução da problemática foram desenvolvidos os seguintes objetivos específicos: identificar as principais formas de racismo e discriminação racial presentes nas escolas; avaliar a eficácia das políticas e programas existentes voltados para a promoção da igualdade racial nas escolas; e examinar o impacto da formação contínua de professores em educação antirracista na dinâmica das relações raciais escolares. A hipótese inicial identifica que a implementação de estratégias educacionais e políticas escolares focadas na promoção da igualdade racial e na educação antirracista tem um impacto positivo significativo na melhoria das relações raciais no ambiente escolar e na redução dos casos de racismo e discriminação racial.
A metodologia da presente análise consiste no método de abordagem dedutivo, enquanto o método de procedimento é o monográfico e a técnica de pesquisa utilizada é a bibliográfica com base na investigação e coleta de informações em artigos científicos extraídos de periódicos Qualis e livros que versam sobre o tema.
A educação é um processo dinâmico e transformador que está em constante diálogo com a realidade social, buscando ultrapassar os limites geográficos da sala de aula e incorporar estratégias e tecnologias que promovam a aprendizagem e o desenvolvimento de competências necessárias para o convívio em sociedade (Hooks, 2013, p. 26).
A prática do ensino além do espaço educacional é fundamental para construir sociedades inclusivas e fortalecer o entendimento das diferenças culturais. A educação promove a conscientização sobre diversas realidades sociais através de uma perspectiva libertadora, com o objetivo de despertar para essas realidades. Além de formar pessoas autônomas e críticas, ela contribui significativamente para a transformação da coletividade (Freire, 1999).
As relações raciais no ambiente escolar são essenciais para compreender e combater o racismo e a discriminação na sociedade. A escola, como um dos primeiros espaços de socialização, é fundamental na formação das atitudes e percepções dos alunos sobre raça e diversidade. Esse ambiente pode tanto perpetuar desigualdades raciais quanto atuar como um espaço para promover igualdade e justiça social. Os desafios relacionados às relações raciais nas escolas incluem a presença de preconceitos e estereótipos raciais entre alunos e professores, a falta de representatividade nos currículos escolares, e a ausência de políticas eficazes para lidar com o racismo e a discriminação. Essas questões podem afetar negativamente o desempenho acadêmico e o bem-estar emocional de estudantes de minorias raciais.
Desde a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1996, a cultura afro-brasileira e a História da África deveriam estar presentes nos currículos escolares. No entanto, até então, a educação nas escolas tem se limitado a referir-se à população negra apenas a partir da escravidão, ignorando seu papel como agentes históricos. Essa omissão representa uma das maiores dívidas da sociedade ocidental para com essas populações. Isso levanta questões importantes entre alunos e pessoas interessadas, como a contribuição da África para a civilização e o papel dos negros na construção da sociedade brasileira, questões que não são abordadas na educação escolar, onde a história da população negra é frequentemente associada apenas à escravidão (Souza, 2013, p. 53-54).
O contexto histórico e social em que as escolas estão inseridas influencia profundamente as relações raciais dentro delas. Em muitas sociedades, o legado do racismo estrutural e das políticas de segregação ainda se faz presente nas práticas e políticas educacionais. Isso se manifesta de várias maneiras, desde o currículo escolar, que pode marginalizar ou ignorar as contribuições de grupos raciais minoritários, até as interações cotidianas entre alunos e professores.
A escola não é vista como uma instituição imparcial que seleciona os mais talentosos com base em critérios objetivos, mas sim uma que promove os gostos, crenças, posturas e valores dos grupos dominantes, apresentados como cultura universal. Importante questionar a neutralidade da escola e do conhecimento escolar, além do papel ativo na reprodução das desigualdades sociais através de seu currículo, métodos de ensino e formas de avaliação. Além disso, a escola legitima essas desigualdades ao disfarçar suas bases sociais, convertendo-as em diferenças acadêmicas e cognitivas relacionadas ao mérito e aos dons individuais (Santos, 2007, p. 50).
Para promover relações raciais saudáveis e igualitárias, é essencial implementar estratégias de educação antirracista, incorporando conteúdos que abordem a história e as contribuições de diferentes grupos raciais e étnicos, bem como a discussão crítica sobre o racismo e suas consequências, bem como a formação de professores, o desenvolvimento de políticas escolares claras contra o racismo, além da criação de um ambiente escolar inclusivo. É só por meio de uma abordagem ativa e consciente para lidar com as relações raciais, que as escolas não apenas melhoram a experiência educacional de todos os alunos, mas também contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. A promoção da igualdade racial na educação é um passo crucial para enfrentar o racismo estrutural e garantir que todos os estudantes tenham as mesmas oportunidades de sucesso.
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