ENGENHARIAS E AGRONOMIA - CREA/SC 2024
LEVANTAMENTO DO NÚMERO DE PROFISSIONAIS REGISTRADOS POR SEXO
Resumo
Pesquisar o número de mulheres e homens profissionais ativos registrados nas áreas de engenharias e agronomia em Santa Catarina realizando um comparativo entre o número de profissionais ativos por sexo. Engenharia, conforme dicionário Aurélio online é “ciência, técnica e arte da construção de obras de grande porte, mediante a aplicação de princípios matemáticos e das ciências físicas”. De maneira simples diz-se que “a engenharia é a arte profissional da aplicação da ciência, da experiência, do julgamento e do senso comum para a conversão dos recursos naturais em benefício da humanidade” (Cocian, 2017, p. 4). É também uma das áreas do conhecimento responsável pelo crescimento econômico do país gerando emprego e renda, que nos últimos anos apresenta crescimento expressivo. Este crescimento gera demanda por profissionais, engenheiros e engenheiras, graduados nestas áreas. “O engenheiro profissional, dentro do significado e dos objetivos da lei, refere-se à pessoa ocupada na prática profissional da prestação de serviços ou em atividades de trabalho criativo que requeira educação (Cocian, 2017, p. 4). Como em outras profissões, quando busca-se entender o significado da área do conhecimento, geralmente encontra-se uma definição que não expressa claramente que os profissionais da área podem ser de
ambos os sexos. Na perspectiva da sociedade os dois sexos, homens e mulheres, são vistos de forma hierarquizada e propagam relação de poder (Scott, 1995). E o que se considera como a divisão sexual do trabalho, por sexos, socialmente histórica, constituiu-se da seguinte forma: mulheres designadas à reprodução e homens as funções sociais que envolvem maior valor. Esta divisão possui dois princípios conforme Hirata e Kergoat (2007) “separação e hierárquico”. Neste sentido, conhecer a representatividade de homens e mulheres profissionais destas áreas é importante para entender e procurar promover a igualdade de oportunidades e a justiça social. A metodologia utilizada foi pesquisa descritiva baseada em dados primários coletados de fontes oficiais, como CONFEA/CREA-SC. O levantamento dos dados foi sobre o número de profissionais ativos registrados nas áreas das engenharias em Santa Catarina “por grupo, modalidade, nível graduação, título e sexo”. A metodologia incluiu pesquisa bibliográfica e documental, leitura e levantamento dos dados. Dados do CONFEA/CREA – SC (até 1° sem. 2024), no relatório “por grupo, modalidade, nível graduação, título e sexo”. No total são 45.769 profissionais graduados na área das engenharias e agronomia registrados. Destes, quando os dados são apresentados por sexo, 35.776 profissionais (78,17%) são do sexo masculino e 9.993 profissionais (21,83%) do sexo feminino. Conforme os resultados individuais por áreas da engenharias são apresentados no quadro 1:
Quadro 1 – Levantamento por registro de profissionais ativos de graduação, por área da engenharia e agronomia, feminino e masculino – CREA/SC - até 1° sem. 2024
Áreas da engenharia CREA/SC
Total Geral
Sexo
Feminino
Masculino
N°
%
N°
%
Agronomia
6.875
1.605
23,35
5.270
76,65
Agrimensura
908
203
22,36
705
77,64
Civil
22.185
6.510
29,34
15.675
70,66
Eletricista
6.575
399
6,07
6.176
93,93
Geologia e Minas
247
61
24,70
186
75,30
Mecânica e Metalúrgica
7.463
551
7,38
6.912
92,62
Química
1.514
664
43,86
850
56,14
Especiais
2
-
-
2
100,00
Total Geral
45.769
9.993
21,83
35.776
78,17
Fonte: Elaboração própria com base em CONFEA, CREA/SC (2024).
Conforme apresentação dos resultados por área específica da engenharia, observa-se que todas as áreas os homens tem maior representatividade. A diferença só é menor na engenharia química onde as mulheres representam 43,86% e os homens 56,14%. Estas estatísticas das diferentes áreas das engenharias no estado de Santa Catarina revelam uma baixa feminização e uma forte masculinização da profissão. Feminização, conforme dicionário Aurélio online significa “ação ou efeito de feminizar, de atribuir um aspecto, gênero ou caráter feminino a algo ou alguém: processo de feminização de profissões anteriormente masculinas.”
[...] a expectativa de feminização do campo da ciência e tecnologia, com ênfase na engenharia, ainda, estaria condicionada a mudanças no âmbito dos valores culturais, na reestruturação da educação formal e familiar, assim como no âmbito das políticas públicas, uma vez que as profissões não têm sexo, e, portanto, não pertencem ao domínio de ninguém. [...] Diante da segmentação sexual das profissões, a engenharia caracterizou-se como profissão masculina até as últimas duas décadas (Yannoulas, 2013, p. 13).
Dados históricos da literatura brasileira sobre a ocupação profissional das mulheres no mercado de trabalho indicam que as profissões ainda são consideradas “masculinizadas” dificultando a inserção das mulheres, e a engenharia de acordo com os dados levantados é uma área onde esta “masculinização” é muito forte.
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