NEOCOLONIALISMO NAS RELAÇÕES DE TRABALHO DE PLATAFORMA
Resumo
O presente trabalho busca compreender as relações de trabalho de plataforma como formas contemporâneas de manutenção do colonialismo a partir das dimensões tecnológicas da contemporaneidade. Abordando a assimetria nas relações de trabalho de plataforma à luz da divisão internacional do trabalho, pretende-se apontar como a precarização das relações de trabalho é acelerada e intensificada no contexto do desenvolvimento da economia de plataforma. Pois no contexto atual da sociedade globalizada e altamente tecnológica, as relações de trabalho têm assumido novas formas e dinâmicas, muitas das quais são impulsionadas pelo advento da economia de plataforma. Apesar de inicialmente surfarem na onda dos movimentos da chamada “economia solidária”, assim como dos motes neoliberais, cada vez mais tem se apresentado no mínimo enquanto problemáticas tais relações de trabalho.
A economia de plataforma tem se estabelecido como um fenômeno marcante do século XXI, transformando significativamente a natureza do trabalho em todo o mundo. No entanto, enquanto muitos enxergam nesse modelo uma oportunidade de inovação e flexibilidade, é imperativo analisar de perto as implicações sociais e econômicas subjacentes a essa transformação.
Isto porque, representando bem as características do neoliberalismo, a economia da plataforma parte da premissa de um maior desenvolvimento econômico a partir da ausência da participação do estado e os ônus que este impõe para garantia de direitos. Entretanto, passados já alguns anos desde seu surgimento, o que inicialmente figurava como uma oportunidade cada vez mais tem se mostrado enquanto uma das etapas da precarização das condições de trabalho protagonizada por empresas de escala global.
Neste sentido, este estudo se propõe como a precarização das relações de trabalho é acelerada e intensificada no contexto do desenvolvimento da economia de plataforma, para isso realizando uma revisão bibliográfica abrangente via método dedutivo, que visa verificar a hipótese da neocolonialidade nas relações de trabalho.
Assim, a investigação estrutura-se em três etapas: inicialmente serão abordadas as novas formas de colonialismo a partir da assimetria da divisão internacional do trabalho. Na segunda etapa, apresentaremos um novo modelo de trabalho que se encontra expresso sobretudo na economia de plataforma, em que as relações de trabalho se tornam mais instáveis e precárias devido à desregulamentação. Por fim, investigaremos as relações entre o Brasil e as empresas de plataformas, examinando a aplicabilidade da legislação nacional diante das operações de empresas internacionais, bem como casos concretos que evidenciam os desafios enfrentados nesse contexto.
Por meio desta pesquisa almeja-se contribuir para uma compreensão mais ampla das implicações sociais, econômicas e políticas das relações de trabalho de plataforma na contemporaneidade, especialmente no que se refere à perpetuação de estruturas neocoloniais e à urgência de políticas e práticas que visem mitigar as injustiças subjacentes a esse fenômeno emergente.
Este trabalho tem como objetivo principal investigar as relações de trabalho de plataforma como manifestações contemporâneas de perpetuação do colonialismo, especialmente no que tange às suas dimensões tecnológicas e à assimetria existente na divisão internacional do trabalho.
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