FLORESTAN FERNANDES E A CONTRIBUIÇÃO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Autores

  • Adalberto Teodósio Tabalipa

Resumo

A finalidade deste artigo é incrementar as práticas pedagógicas no campo das ciências sociais de modo que, ao refletir sobre o pensamento social brasileiro e a história dele, poder interseccionar a disciplina de Sociologia com a política nacional de saúde. A coletânea intitulada “Um Retrato do Brasil”, publicada em dez edições no Jornal de São Paulo, se tornou um texto clássico, principalmente quando se aborda a reflexão sociológica com a saúde. Neste texto, lançado em 1946 no referido jornal, Florestan comenta a obra “Viagem a Tocantins”, de Júlio Paternostro, médico do Serviço de Febre Amarela da Fundação Rockefeller. Florestan percebe na resistência do sertanejo aos serviços médicos, o perigoso resultado que é acumular problemas antigos com novos: a impressão psicossocial causada aos sertanejos quando os postos de saúde e santas casas, que são o ponto de contato
das populações interioranas com a civilização, não realizam sua função conforme os requisitos racionais e seculares, reforçando a negação psicossocial de todo aquele complexo e acentuando a reatividade aos mores da civilização como um todo. Vimos que para o objetivo proposto, as referidas publicações trazem uma série de vantagens para o ensino de sociologia, dentre as quais situar o fazer sociológico, referenciado na realidade do entorno, onde a pesquisa se mostra essencial. Ao mesmo tempo revela o pioneirismo da produção sociológica brasileira que, aos poucos, foi se encontrando com a real complexidade da própria formação social brasileira, em que atraso e modernidade se misturam, naquilo que posteriormente Florestan posteriormente designaria como modernização conservadora.

Palavras-Chave: Ensino de Sociologia.Políticas de Saúde. Florestan Fernandes

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Publicado

2022-08-24