A REPRESENTAÇÃO DO “DESCOBRIMENTO DO BRASIL” NOS LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA NO PERÍODO DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA (1964 – 1985)
DOI:
https://doi.org/10.18616/ce.v11i2.6739Resumo
Esta pesquisa refere-se a um recorte da dissertação de mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE na Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC no ano de 2021. Temos como objetivo analisar o conhecimento histórico difundido durante o período da Ditadura Militar brasileira (1964 – 1985), no recorte temporal do “Descobrimento do Brasil”. Focamos nosso olhar neste artigo em uma fonte específica da dissertação: os livros didáticos de História do Brasil que circularam nas escolas brasileiras durante o governo ditatorial. Buscamos observar, a partir da fonte selecionada, a influência do paradigma da modernidade/colonialidade no ensino de História. Objetivamos analisar a representação, a partir dos livros didáticos, do “Descobrimento do Brasil”. A partir da fonte analisada, conseguimos identificar o padrão do conhecimento da modernidade/colonialidade como base para a construção dos saberes do ensino de História no período da Ditadura Militar. Embora reconheçamos uma diferença ética e qualitativa entre a concepção da história tradicional/positivista (narrativas de “fatos” históricos) e perspectiva crítica da história (marxista e Annales), constatamos que o conhecimento histórico presente e nos manuais didáticos do período em questão foi oriundo de uma matriz epistemológica eurocêntrica.
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