Educação, Sociedade do Endividamento e Ressaca Moral
DOI:
https://doi.org/10.18616/ce.v13i3.7984Resumo
O presente texto se propõe a realizar alguns apontamentos e reflexões sobre o fenômeno contemporâneo que articula a sociedade do endividamento com a dissolução do amor mundi. Para isso, o texto se articula a partir de uma questão matricial: é possível, na era do endividamento, capitalismo cognitivo, noopolítica e necropolítica, preservar um mundo comum? Como objeto de análise, realiza-se uma pesquisa bibliográfica a fim de discutir os conceitos de endividamento e governo pela dívida, tomando como aporte teórico os estudos do filósofo italiano Maurízio Lazzarato (2014), especialmente seu livro “O governo do homem endividado”, com a finalidade de demonstrar a existência de uma sociedade do endividamento que captura e escraviza o tempo aíonico da vida. Com isso, pretende-se demonstrar que tal sociedade tem produzido uma ressaca moral em nosso tempo, resultando no abandono e destruição do mundo comum. Com auxílio das teorias de Hannah Arendt (1989, 1992, 1993) retoma-se a noção de preservação e renovação do mundo comum. Sem pretensões de lançar soluções ao problema levantado, senão com a intenção de tomar o próprio pensamento como problema, procura-se demonstrar que nossas tentativas de preservação do comum correm perigos de neutralização e confinamento, em um mundo que por excelência é um mundo-feito-com-outros
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